Em uma entrevista com Alívio, Fernando Belasteguín falou sobre vários assuntos ligados a este desporto: o seu património, as tensões entre Premier Padel e o PPA, o domínio de Tapia e Coello, e sua ausência no último Copa do Mundo de Doha.

Sobre seu legado em padel

Belasteguín disse humildemente que não se importa com o impacto do seu legado. “Nunca fiz coisas para deixar um legado, mas para que o padel, como esporte, esteja sempre acima de tudo.” Ele está, no entanto, satisfeito com o progresso alcançado: “Há três anos, nunca teríamos imaginado que os dez primeiros colocados no ranking alcançariam números na casa dos milhões.” Para ele, o próximo passo é consolidar essas conquistas e ampliar as oportunidades para jogadores com ranques mais baixos.

As tensões entre Premier Padel e o PPP

Questionado sobre os recentes conflitos entre Premier Padel eAssociação de Jogadores Profissionais (PPA), Belasteguín defende uma abordagem interna para a resolução de litígios: “As discussões devem permanecer a portas fechadas. Não é bom para a indústria que os players sejam sempre vistos como causadores de problemas.” Ele também sugere um melhor envolvimento dos atores no desenvolvimento do calendário para evitar inconsistências e tensões desnecessárias.

A dominação de Tapia e Coello

A nível desportivo, Belasteguín saudou a domínio de Agustín Tapia e Arturo Coello, o que, segundo ele, “estão muito acima do resto.” Ele os compara a uma máquina perfeitamente lubrificada que ajusta seu jogo de acordo com as necessidades de cada partida. “Se ambos jogarem bem, serão imbatíveis.” Em relação aos seus adversários, ele acha que mesmo pares como Galán e Chingotto, com ajustes, terá dificuldade para competir com eles se Tapia e Coello atingirem todo o seu potencial.

Sua ausência na Copa do Mundo de Doha

A ausência de Belasteguín na seleção argentina vencedora do Copa do Mundo de Doha causou uma boa impressão. Bela explica que aceitou a decisão dos selecionadores com total tranquilidade: “Eu sabia que não estava em nível para jogar na direita. Eles foram muito sinceros comigo e eu aceitei a escolha deles.” Optou por não acompanhar a equipe como staff para evitar chamar atenção excessiva que poderia prejudicar o equilíbrio do grupo.

Uma visão clara para o futuro

Agora que está oficialmente aposentado, Belasteguín diz que está pronto para vivenciar a próxima Copa do Mundo como um torcedor entusiasmado. O seu compromisso com o padel permanece intacto e ele continua a defender a necessidade de colaboração entre as partes interessadas do desporto para garantir um futuro estável e próspero.

“O padel avançou muito, mas devemos acabar com os conflitos e trabalhar juntos para continuar construindo este esporte”, concluiu.

Benjamin Dupouy

Descobri o padel diretamente durante um torneio e, francamente, não gostei muito no início. Mas da segunda vez foi amor à primeira vista e, desde então, não perdi uma única partida. Estou até disposto a ficar acordado até as 3 da manhã para assistir ao final de Premier Padel !