Entrevista de Johan Bergeron, 127º jogador mundial de padel, durante sua passagem pela 16ª etapa do Cupra Padel excursão em Dijon. Do seu notável regresso ao circuito internacional aos seus ambiciosos objetivos para 2024/2025, Johan fala sem filtro. O integrante da seleção francesa também fala sobre os momentos-chave da temporada, os desafios encontrados durante Mundos de padel, e o futuro da dupla lendária Blanqué-Bergeron. Entre anedotas pessoais e análises do desenvolvimento do padel na França, mergulhe em uma interessante entrevista nas aulas.

“Não jogue muito rápido”

Prazer em vê-lo nesta 16ª etapa do Cupra Padel Redondo. Vamos começar com uma pergunta sobre o evento: esta é sua primeira participação?

Sim, é a primeira vez. Já tinha ouvido falar muito sobre isso, mas nunca tive oportunidade de participar devido a torneios ou outros compromissos. Desta vez a oportunidade se apresentou e estou muito feliz por estar aqui.

O que você acha do evento, principalmente como jogador profissional?

Pelo que vi, está muito bem organizado. Tem muita gente lá, com uma mistura bacana de jogadores amadores e recreativos, e alguns que jogam muito, muito bem. Bati algumas bolas com participantes de diferentes níveis e é impressionante. Este tipo de evento é essencial para desenvolver o padel para um público amplo. É realmente uma ótima iniciativa.

Você trocou algumas bolas com amadores. Que conselho você daria para alguém começando no padel?

Se eu tivesse que dar apenas um conselho, eu diria: não tente jogar rápido demais. Aproveite o tempo para construir seus pontos. E por que não assistir um padel feminino? O jogo é muito tático, mais lento e você pode aprender muito sobre posicionamento e áreas a serem miradas. O padel masculino é mais baseado na força, mas para um iniciante, inspirar-se no jogo feminino é uma ótima ideia.

Uma revisão da temporada atual

Vamos fazer um balanço da sua temporada. Podemos falar de um resultado positivo?

Sim, no geral é muito positivo. Estou muito feliz com este ano, apesar de ainda faltarem três torneios. Atualmente, estou em 127º lugar no mundo. Comecei a temporada por volta do 160º lugar, então o ganho é notável. Desde Roland-Garros, com Bastien Blanqué, tivemos uma série de atuações muito boas. Vencemos pares do Top 80 e nossas derrotas agora são contra jogadores de alto ranking, como Guerrero/Bautista. Esta é uma progressão encorajadora, especialmente depois da minha pausa.

Você ainda está longe de sua melhor classificação. Como você vê o futuro?

É verdade, a minha melhor classificação FIP foi 107ᵉ, mas foi logo no início do circuito, num contexto diferente. Este ano, minha meta era chegar ao Top 130 antes do final do ano, e consegui. Agora busco o Top 120, contando com boas atuações no Major do México e no P1. Um curinga para o A Final FIP também seria uma grande oportunidade.

Evolução como jogador

Como você está se sentindo atualmente? Você é melhor ou diferente?

Eu diria que sou diferente. Sinto que estou jogando melhor do que antes, graças à maturidade e à experiência. Minha pausa de um ano me devolveu o desejo de fazer as coisas bem. Também progredi muito mentalmente com Jean-Michel Pequery e, fisicamente, encontrei meu peso saudável depois de ganhar 8 quilos no intervalo. Certamente estou indo um pouco mais devagar do que antes, mas ganhei maturidade e gestão de momentos-chave. Hoje os resultados são melhores, por isso diria que estou no topo da minha forma.

O retorno da dupla Blanqué-Bergeron

Sua colaboração com Bastien Blanqué está fazendo as pessoas falarem. Podemos esperar grandes coisas?

Com Bastien, é um relacionamento especial. Conhecemo-nos de cor depois de vivermos juntos durante três anos em Madrid. Isso facilita muito as coisas em campo, mesmo em momentos difíceis. Por exemplo, em Dubai, apesar do cansaço, conseguimos falar francamente um com o outro para nos motivarmos novamente e vencermos uma partida decisiva. Faremos um balanço no final da temporada, mas não vejo razão para que a nossa colaboração pare.

De volta aos mundos

Como analisa a diferença de nível entre o Campeonato da Europa e o Campeonato do Mundo?

A equipe era diferente, mais jovem e leva tempo para construir um grupo sólido. Terminamos em 7º, mas a realidade é que perdemos contra a Itália, claramente mais forte que nós, e contra o Brasil, num jogo disputado que poderíamos ter vencido. Continua a ser frustrante, mas temos de aprender lições para ter um desempenho melhor no próximo Campeonato da Europa.

Polêmicas e apoio de atletas franceses

Uma palavra final sobre as polêmicas, especialmente com o Uruguai?

Foi complicado. As redes sociais amplificam tudo, mas a realidade no terreno era diferente. Bastien e Thomas foram insultados durante as partidas, o que não é visível na televisão. Certamente, a nossa celebração não deveria ter acontecido, e isso foi prejudicial para nós. Mas estes momentos de tensão fazem parte do desporto.

Em França tenho a impressão de que temos menos apoio do que noutros países como Espanha ou Argentina, onde os atletas são sempre incentivados, mesmo depois de uma derrota. Receber críticas depois de um mau desempenho, mas nunca dar os parabéns depois de uma vitória, é uma pena. Dito isto, é a vida de um atleta, e tomo isso como uma prova de que o padel está ganhando visibilidade.

Franck Binisti

Franck Binisti descobriu o padel no Club des Pyramides em 2009 na região de Paris. Desde então, o padel faz parte da sua vida. Você costuma vê-lo viajando pela França para cobrir os principais eventos franceses de padel.