Presente em FIP Prata de Bandol, Laura Buteau conversamos longamente sobre seu torneio, sua decisão consciente de se afastar do circuito francês, seu apoio profissional e mental, e suas ambições. Conhecemos uma jogadora lúcida e comprometida, movida por uma visão clara de seu futuro no padel.
Um torneio encorajador… apesar da eliminação
"Vencemos o WO na primeira rodada... bem, vencemos!", brinca Laura com um sorriso. Mas a coisa fica séria na segunda rodada: "Depois enfrentamos a 9ª cabeça de chave. Fizemos uma ótima partida, eu acho. Não em termos de resultado, mas ainda assim vencemos o primeiro set por 6/4, vencemos por 1 a 0 com a quebra no segundo."
O que vem a seguir? "São os pequenos detalhes que fazem a diferença, contra jogadores acostumados ao circuito e a este nível."
Ela é muito clara sobre sua parceira britânica, que conhece bem: "Já tínhamos jogado juntas em Agrigento quando comecei no circuito FIP, e depois na Lituânia no ano passado. Gosto de jogar com ela. Ela tem um jogo de direita agressivo, bem parecido com o do tênis, do qual eu gosto. Ela é muito profissional, e isso me traz muito."
“Em 2024, eu estava em três circuitos. Muitos.”
O seu ano de 2025 é marcado por uma forte escolha: reorientar a sua energia para o Tour FIP. "No ano passado, participei de três torneios: Francês, Português e FIP. Perdi muita energia. O Alex e eu decidimos nos concentrar no FIP Tour." Baseada em Portugal, ela continua jogando alguns torneios locais, "mas é principalmente para colocar em prática o que tenho trabalhado nos treinos. São partidas competitivas, mas menos importantes do que os FIPs, na minha opinião."
E a França? "Eu não recusaria um retorno, especialmente em P2000s. Mas hoje, jogo principalmente em FIPs perto de casa, ou seja, na Espanha e em Portugal. E se houver algum na França, eu também irei."
“Eu precisava me reorientar, definir meu projeto”
Laura está ciente de sua ausência do circuito francês. "Sim, andei um pouco sumida... Mas eu precisava dessa pausa. Para me concentrar em mim mesma e definir claramente meu projeto e meus objetivos. Não vejo isso apenas em termos de resultados. É também uma questão de bem-estar e vontade de continuar."
Ela admite: "Você não está errada, é importante ser visível. Mas hoje, estou em outra fase. Estou construindo."

"Alex? É uma amizade, uma relação de gestão, um coaching. Não só isso."
Por trás dessa estrutura, um nome continua surgindo: Alex Prever, seu empresário e treinador. "Começa com uma amizade, depois com a gestão e, por fim, com o treinamento. Este ano, realmente redefinimos os papéis, e isso tem um impacto enorme no meu desempenho. Ele me traz muito aprendizado. Ele analisa bastante o meu jogo e tira tudo o que pode das minhas mãos para que eu possa me concentrar exclusivamente no padel."
Trabalho mental finalmente possível
E não é só isso: “Graças ao Alex, também pude começar a trabalhar com um psicólogo esportivo espanholEra algo que eu queria incorporar desde o início, mas não tinha condições financeiras. Agora é possível, e me sinto muito melhor."
Ela continua: "Desconstruí certos mitos, entendi coisas... Não acontece num piscar de olhos, mas me ajuda a seguir em frente."
“Eu não diria que mereço uma posição… Mas eu trabalho para isso.”
Em relação à equipe francesa, Laura se mantém comedida: "Eu não diria que mereço uma vaga. Mas estou dando o meu melhor. Quero progredir. Acho que ainda tenho algumas coisas a provar no circuito FIP. Preciso me mostrar mais. E isso se traduz em resultados."
Ela sabe que, ao se afastar do circuito francês, assumiu um risco: "Sim, com certeza. Mas acredito que virá. Os resultados virão com o trabalho... e talvez com a decisão do treinador também."
Uma crítica construtiva ao circuito FIP
Se ela investe tanto, Laura mantém um olhar lúcido sobre a organização do Tour FIPDesde que cheguei a Portugal, tenho visto uma grande diferença na organização, especialmente por parte dos clubes. Mas, do lado da FIP, ainda há problemas. As mesas saem tarde, as ordens de jogo também. Recebemos informações pelas redes antes de as termos oficialmente. Nem sempre sabemos contra quem estamos jogando.
Ela reconhece que "os organizadores estão fazendo o que podem", mas lamenta que essa falta de clareza esteja gerando estresse. "Eles já melhoraram algumas coisas, como proibir inscrições duplicadas. Mas ainda há trabalho a ser feito. Felizmente, o Alex está cuidando de tudo isso para mim."
Às vezes, condições limitantes
Ela também alerta sobre a infraestrutura: "Alguns clubes não são adequados. Estou pensando no FIP Bronze em Castellón: campos cheios de areia, saídas de concreto... Era perigoso. Jogadores se machucaram. Ainda não aconteceu comigo, mas estou torcendo."
"Estou focado no meu projeto. O resto virá."

Franck Binisti descobriu o padel no Club des Pyramides em 2009 na região de Paris. Desde então, o padel faz parte da sua vida. Você costuma vê-lo viajando pela França para cobrir os principais eventos franceses de padel.