Poucos dias após sua coroação na Argentina, Paula Josemaría falou em entrevista concedida a MARCA no que ela mesma descreve como “o torneio mais surreal de sua carreira”. Febril durante toda a semana, às vezes sem conseguir sair da cama, a número 1 do mundo ainda conseguiu vencer seu 40º título com Ari Sánchez, em condições extremas.
“Eu nem conseguia me levantar.”
Chegada em Buenos Aires Em ótima forma após o torneio de Assunção, Paula começou a se sentir mal desde a primeira rodada. Calafrios, dor de garganta, suores noturnos: a partir da noite de quarta-feira, seu estado piorou. "Eu nem tinha termômetro, mas quando decidi verificar minha temperatura, ela estava em 39,5 ° C", ela confidencia. As noites são terríveis, acordar é pior ainda.
Apesar disso, ela toma a decisão de jogar todos os dias... na última hora. Um medicamento tomado 90 minutos antes de entrar em campo ajuda a baixar um pouco a febre. Apenas o suficiente para mantê-la de pé.
Uma semana de incerteza e dor
"Durante o aquecimento, eu sentia como se já tivesse jogado por seis horas", diz ela. Cada dia era uma batalha contra o próprio corpo. Mas em campo, a adrenalina às vezes tomava conta, e a vontade de vencer sufocava momentaneamente a dor. Com a ajuda inestimável do seu treinador Claudio Gilardoni, Paula adaptou seu estilo de jogo, priorizando a qualidade em vez da intensidade.
O título argentino, conquistado nessas condições, deixou sua marca: "Uma conquista que jamais esquecerei. Acho que nunca mais viverei algo tão intenso na minha carreira."
Vitória de moletom e corpo à flor da pele
Outra cena inusitada: Paula Josemaría disputou várias partidas com moletom, uma imagem rara neste nível. "Estava 6 ou 7°C, eu estava doente... Eu não ia usar mangas curtas", explica ela. Informada e avisada, a organização aceitou esta roupa inusitada.
Uma dominação muitas vezes subestimada
Com 40 títulos conquistados juntos, Josemaría e Ari Sánchez são os par mais bem sucedido da história do padel femininoE, no entanto, Paula afirma: "Nem sempre fomos reconhecidos pelo nosso verdadeiro valor". Diante da ascensão de outras duplas na mídia, a dupla histórica tem se mantido discreta. "Prefiro que nossos resultados falem por si."
Força mental e cumplicidade
Ela também fala sobre a estabilidade deles: “Não passamos o tempo todo juntos, damos espaço um ao outro. É isso que nos permite durar.” E se a ideia de uma separação pode ter passado pela cabeça deles, a confiança no projeto sempre prevaleceu “Tivemos alguns momentos difíceis, mas resistimos.”
Hoje, apesar da concorrência de rebentos jovens como Claudia Fernández, Alejandra Alonso ou Martina Calvo, diz Paula para si mesma em a melhor forma de sua carreira, tanto mental quanto tecnicamente.
A força tranquila
A entrevista termina com uma reflexão lúcida: “Talvez valorizemos mais o que fizemos quando não estivermos mais jogando”. Enquanto isso, o número 1 do mundo olha para frente, com um objetivo simples: continuar a lutar, partida após partida, sem nunca perder o gosto pelo combate, mesmo quando o corpo diz para parar.

Descobri o padel diretamente durante um torneio e, francamente, não gostei muito no início. Mas da segunda vez foi amor à primeira vista e, desde então, não perdi uma única partida. Estou até disposto a ficar acordado até as 3 da manhã para assistir ao final de Premier Padel !